16 maio, 2011

Sexta Feira 13

Áspero, é o som gutural que rompe por seus lábios.
Sorrisos, já não são mais tão comuns como de início.
Começava a acreditar que seu coração era pedra e pó, sem erosão heólica para lapidá-lo.
Semblante fosco, palidez mortal.
Fugiu-me o sangue ao deparar-me em tal situação, embaraçosa, a ponto extremo de encabular-me tocá-lo.


Oh! O que seria de mim? Presa a estas malditas lembranças, fotografadas para sempre em minha mente.
Dormirei? A ponto de descansar o corpo? Porque de certeza havia, que meu espírito jamais tornará a descansar.
Dispersa de meus devaneios futuros fui, por um raio do tempestuoso Junho, ao qual pude dar-me conta da faca empunhada, aveludada com a tua cor.


Por impulso, soltei-a, levando minhas mãos a face, exclamando um "Oh!" assustado, em seguida percebendo sua cor em minhas mãos, braços, pele.. Seu corpo agora dividido em várias carnes;
Corri a trancar-me em uma saleta cor de neve, a recordar o porquê de tudo. Lembrando-me de seus gritos e insultos, instigando minha maléfica vingança, julgando-me uma indefesa menina.
Empunhei a faca de trinchar, com um sorriso diabólico moldado aos lábios, sussurrei a meia voz macabra: "minha vez", Cortando-lhe de início ambos os braços, apavorado, corria, pintando agora a casa, com sua cor mundana.


Em seguida as pernas, impedindo-lhe a fuga, a cada passo e movimento alimentando o horror enclausurado em minhas veias, cortei-lhe os dedos, peitoral, deliciando-me com seus gritos, assim como você, quando se satisfazia cobrindo-me de escárnios e dolorosas agressões..


Acredito que minha expressão era deveras medonha, a ponto de olhar-me assustado, prossegui com minha imaginação, talhando-lhe pedaço por pedaço, retirando-lhe até a sua vangloriada masculinidade.. aah como diverti! E por fim, seu rosto, iniciando da boca até proximoa as orelhas, em ambos os lados.
Ao fim de minha reflexão vi meu radiante sorriso, a assombrosa mulher de fronte ao espelho, colorida de modo aveludado, sorria, estonteante, seus olhos brilhavam, era perturbador.. Insano.


Retornei a sala fúnebre, sem medo nem dor, apenas satisfação, arranquei-lhe o coração com destreza, queimando seu corpo e minhas vestes tingidas, juntamente com a casa. Peguei o carro, e dinheiro, armazenados pelo agora, ridículo habitante sobrenatural. Seu coração joguei aos abutres, que a princípio recusaram-se a comer tal "oferta", o que fez-me rir, gargalhar, na verdade.


Dei partida sem olhar para trás, em rumo ao desconhecido, sedenta de amor e sangue.
Ali nascia uma nova criança, em um mundo que jamais tornaria a dormir.. em silêncio!



05 maio, 2011

Pain

Existem momentos na vida, intensos e duradouros,
Momentos em que acreditamos ter encontrado a felicidade infinita,
E outros tão dolorosos como os primeiros, 
Mas se a dor é atribuída ao sofrimento e 
Os sofrimentos aos sofredores então
Sistematicamente nunca foram felizes e 
Se não foram felizes conheceram apenas a dor.