24 fevereiro, 2011

Me,

Só porque eu mudo do nada e simplismente fico mais quieta acham que estou doente. só porque eu fico na minha e de repente falo tudo que penso e acho, dizem que estou sendo ignorante. só porque me iludi uma vez, acham que vou me iludir todas as vezes que eu amar. só porque sou realista, enxergo todos os detalhes e digo a verdade me acham estranha. mas a verdade é que todos vêem o mundo de apenas uma única maneira, porque são toscos demais para poder enxergar a verdade que se encontra a um palmo debaixo de suas narinas.

                                                                                                    

                                                                                                             
                                                                                                                                     Dayane M Costa .

16 fevereiro, 2011

Ouço

ruídos altos e impactantes,
agora, não ouço nada.
meus olhos alcançam o horizonte cruel
desenhado em minha mente.
sangue, o vermelho vivo que jorra dos corpos
de meus companheiros na batalha.
não sei se me arrependo por estar aqui
ou se corro na direção de minha provável morte
parado não estou, parado não ficarei
audívelmente bloqueado, sinto algo em mim se esvair.
oh céus! não corri em sua direção, você me encontrou.
uma cor quente e macia me pintava enquanto me sentia esvaziar.
em meu peito um pedaço de meu diário secreto,
em minha última noite, me atrevi apenas a citar em um garrancho curvado:

" - Soltem esses malditos peões  de guerra,
     Soltem as armas, fuzis, bombas e infantarias,
     Soltem seus malditos 'N'
     Soltem essa inútil batalha por poder.
     Não desisto de minha pátria, nem da paz mundial
     Apenas luto por meus ideais, e pela derrota de vocês."

Lutei por um futuro melhor, ou melhor, lutei por um futuro.
não sei como será após eu partir, deixarei algumas lágrimas, saudade, um pouco de tristeza e orgulho.
Vejo minhas mãos tingidas, não ouço nada, sinto tremores e cheiro forte de pólvora e fumaça,
olho o céu enquanto os anjos de guarda passam sobre minha cabeça.

Sorrio, lutei como pude, o legado é de vocês.

04 fevereiro, 2011

Lamento,

se sorri inapropriadamente, seu olhar sorrateiro,
denunciando sua vontade eminente.
nunca fui, nem de longe, uma criatura sensata,
acreditando mais na beleza de minhas ações
do que nas suas consequências.

dei-lhe minha mão como de praxe, sorri e deixei-me ser conduzida
como toda alma feminina de minha época,
valsamos alguns instantes, sem permanecer próximos por mais de meio minuto.

após nossa estreita aproximação física não pude deixar de olhá-lo,
logo fui repreendida, mas, a criança que vos escreve é mais atrevida sentimentalmente,
do que algumas damas de conduta duvidosa.

sustentei o olhar e um largo sorriso iluminando minha face,
apesar de um contato rápido e intenso,
pelo menos para mim, pude sentir uma pontada de ciúmes
quando o vi valsar com outra.

ele dirigiu um olhar idêntico ao que me afeiçoei,
só então dei-me conta que,
o que é agradável aos olhos,
não faz bem ao coração ;

Amanhece,

após uma noite de breu incontestável,
onde a lua por muitas vezes única conselheira,
testemunha de diversas dores e amores,
indiscutivelmente bela, rendeu-se ao dia.

acostumado por trazer sorrisos e sem conseguir absorver o mínimo de culpa,
por sustentar emblemas de falsas alegrias em faces de bronze,
inútil sorriso de dor extrema, sorriso de alma doente

o destino não lhe foi agradável, a vida não lhe foi justa,
e qual vida para nós, pobres e vagantes mortais não é ?
sujeitos a sacrificar nossa pureza de alma e coração sinceros,
por uma vida digna de carne, sangue e luxo.

lhes confesso que por noites observava o breu impenetrável,
buscando uma resposta contraditória , um sorriso em faces de ouro,
um coração e alma de sol resplandecentes,
beijo-lhe a face d'ouro, dou-lhe a face de bronze,
restando apenas o coração de carne.