16 fevereiro, 2011

Ouço

ruídos altos e impactantes,
agora, não ouço nada.
meus olhos alcançam o horizonte cruel
desenhado em minha mente.
sangue, o vermelho vivo que jorra dos corpos
de meus companheiros na batalha.
não sei se me arrependo por estar aqui
ou se corro na direção de minha provável morte
parado não estou, parado não ficarei
audívelmente bloqueado, sinto algo em mim se esvair.
oh céus! não corri em sua direção, você me encontrou.
uma cor quente e macia me pintava enquanto me sentia esvaziar.
em meu peito um pedaço de meu diário secreto,
em minha última noite, me atrevi apenas a citar em um garrancho curvado:

" - Soltem esses malditos peões  de guerra,
     Soltem as armas, fuzis, bombas e infantarias,
     Soltem seus malditos 'N'
     Soltem essa inútil batalha por poder.
     Não desisto de minha pátria, nem da paz mundial
     Apenas luto por meus ideais, e pela derrota de vocês."

Lutei por um futuro melhor, ou melhor, lutei por um futuro.
não sei como será após eu partir, deixarei algumas lágrimas, saudade, um pouco de tristeza e orgulho.
Vejo minhas mãos tingidas, não ouço nada, sinto tremores e cheiro forte de pólvora e fumaça,
olho o céu enquanto os anjos de guarda passam sobre minha cabeça.

Sorrio, lutei como pude, o legado é de vocês.

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