04 fevereiro, 2011

Amanhece,

após uma noite de breu incontestável,
onde a lua por muitas vezes única conselheira,
testemunha de diversas dores e amores,
indiscutivelmente bela, rendeu-se ao dia.

acostumado por trazer sorrisos e sem conseguir absorver o mínimo de culpa,
por sustentar emblemas de falsas alegrias em faces de bronze,
inútil sorriso de dor extrema, sorriso de alma doente

o destino não lhe foi agradável, a vida não lhe foi justa,
e qual vida para nós, pobres e vagantes mortais não é ?
sujeitos a sacrificar nossa pureza de alma e coração sinceros,
por uma vida digna de carne, sangue e luxo.

lhes confesso que por noites observava o breu impenetrável,
buscando uma resposta contraditória , um sorriso em faces de ouro,
um coração e alma de sol resplandecentes,
beijo-lhe a face d'ouro, dou-lhe a face de bronze,
restando apenas o coração de carne.

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